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Do amor e do saber: amar o saber

Jaine Porto – Associada IPB

Na entrevista com Bernardino Horne para a Lapsus, edição de 2023, é traçada uma linha, ou melhor, analogicamente desenrolado um novelo, em torno das proposições da organização da revista enquanto projeto embrionário – sendo importante aqui citar que foi lançada como alternativa para dar conta da dificuldade/inibição dos associados em escrever – na entrevista, é colocado ainda, em jogo, as premissas e os direcionamentos que seguem até a presente edição. A entrevista segue em resposta à questão que perpassa o lugar da transferência entre Instituto e Escola colocado enquanto agalma do desejo do analista, dispondo algo da escrita e produção, enquanto condição para a formação do analista, até chegar ao tema da Jornada do IPB e da EBP – “Desejo, mostra a tua cara”, pensando o desejo a partir do último ensino de Lacan.

No desenrolar da entrevista, Varon segue articulando a respeito do saber do analista enquanto objeto de amor colocado em movimento, sendo o amor ao saber posto como objeto agalmático contido em um ser, o ser do analista. O amor, na psicanálise, é transferência, sendo essa a condição pela qual a pulsão é atenuada pela via do desejo, mutando, desse lugar, o gozo. É “esse” amor ao saber que atua na transferência de trabalho e estudo, colocando algo da aposta na escrita como ‘permuta’.

Se como Bernardino bem coloca ao dizer: “Lapsus foi fundada para que os associados aprendam a escrever, dirigir publicações, organizar debates, no contexto do discurso analítico”, parece-me aqui um bom lugar para se colocar a trilhar (leia-se escrever) enquanto desejo de analista, de amar e saber… ou seria melhor, amar o saber?

 

 

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