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nº 10 | Ano 4 | Dezembro de 2015

 

Editorial

Mônica Hage

 

Caro leitor,


Antes do apagar das luzes do ano de 2015 que, diga-se de passagem, foi um ano de muito trabalho e produção, trazemos para você o número 10 da revista Agente. Neste número a ideia foi reunir alguns trabalhos apresentados na XX Jornada da Seção Bahia da Escola Brasileira de Psicanálise, cujo tema foi “O Corpo falante – Adolescência e Desejo”.


Agradecemos a todos aqueles que participaram da nossa Jornada e que com o seu desejo decidido imprimiram, cada um a seu modo, uma marca na produção dos textos que se seguem.


O texto de Bernardino Horne nos traz dois momentos extremos da vida: a adolescência e a velhice. Trata-se, diz ele, “sempre de um plus”, quer seja um “plus de libido”, ou um “plus de morte”. Sempre um movimento na economia libidinal.


 Nilton Cerqueira e Luiz Felipe Monteiro traduzem, de algum modo, o que acontece com o corpo do jovem púbere. Essa “metamorfose inquieta”, produz um “rebuliço que desacomoda o corpo.” O problemático é que, nos dias atuais, a velocidade dos gadgets curto-circuita os encontros, que não podem mais contar com as palavras para “dar a liga” aos corpos. Esse gozo, que extrapola a imagem estabilizada do corpo próprio, encontraria na fantasia um enquadramento possível ao desejo?


Marcello Magnelli escreve sobre o que intitulou “A plasticidade do gozo na adolescência”. E Luiz Mena traz a hipótese de que o adolescente faz de tudo para fazer consistir o Outro através dos gadgets e do corpo.


 Ana Martha Maia nos conta sobre uma solução sintomática de uma jovem que se encontra “na mais delicada das transições”.


Maria Luiza Rangel nos traz para a interlocução um trabalho produzido no cartel, onde ela focaliza a mudança do estatuto do desejo de Freud a Lacan, tomando como referência o personagem Hamlet da obra de Shakespeare, chamada por Lacan de a “tragédia do desejo”.


Na sequência dos textos, finalizo com o de minha autoria, onde trago à discussão a questão da medicalização da infância e da adolescência, sustentando que a Psicanálise pode ser a via possível de tratamento da desordem pulsional, que deixa os jovens da nossa época completamente desbussolados. Poder ajuda-los a conter os excessos de gozo, condescendendo ao desejo, através do amor transferencial, é a nossa aposta!


Antes de encerrarmos, Luiz Felipe Monteiro nos presenteia com uma resenha do filme Boyhood, que “inspira um olhar original sobre essa coisa chamada crescer”.


Agora é só deslizar as teclas do seu eletrônico e aceder ao mundo da leitura virtual!